quinta-feira, 25 de março de 2010

Devaneio III

O que em particular revolta
Já não posso te dizer
A seriedade que me toma
Já pertence a outro ser
Nem sei como, ainda vive
Renascendo em pranto meu
Na saudade voa livre
Me esquecendo, não morreu
Como então será possível
Ter algo tão forte assim
De ser eterno ainda longe
Mas mantido em meu jardim
Refloresce colorido
Mapeando os atos meus
E num poço, fundo poço
Preso a correntes, fraco está
Se torna fogo, enquanto há tempo
Pois sua chama irá apagar
Já não queima igualmente
Antes fora fogueirão
Hoje nem és labareda
Diante sua posição
Mesmo que indeciso
Posso ver, tornar-se, ir
É claro, estando em devaneio
Sentir do coração partir

Devaneio II

A tensão que já consome
É para fracos, direi eu
Mas e os passos calmos, largos
De alguém que já se perdeu
Que nessa terra viu de tudo
E ainda lembra os lábios teus
Te vê sorrindo toda noite
Com a eternidade, que prometeu
Te vendo linda, lembro tudo
Até quando 'tudo' morreu
E numa sombra em descompasso
Me banho à chuva, que cai do céu

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